Marina Silva admite incêndios sem precedentes no Pantanal e culpa ‘ação humana’

No auge das queimadas, ministros vão a Mato Grosso do Sul nesta semana

A “ação humana” foi apontada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, como responsável pelos incêndios tanto no bioma de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul quanto na Amazônia. Ela afirmou que o Pantanal está “diante de uma das piores situações já vistas”, classificando a situação como “fora da curva com relação a tudo que já se conhece”.

Na segunda-feira 24, após uma reunião da “sala de situação” no Palácio do Planalto, declarações foram feitas. Os ministros do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e do Planejamento, Simone Tebet, também participaram.

“Temos um esgarçamento de um problema climático que vocês viram acontecer com chuvas no Rio Grande do Sul, e que nós sabíamos que iria acontecer com seca, envolvendo a Amazônia e o Pantanal. Agora, nós temos uma ação de pessoas que usam a queima controlada do fogo”, afirmou a ministra.

Ela também expressou que “não sabemos o tamanho dos desdobramentos do fenômeno que temos pela frente, é a maior seca dos últimos 70 anos”. “O fenômeno é incomparavelmente maior do que a capacidade humana de conter estes processos.”

Marina prosseguiu: “O único meio que nós teríamos de evitar (o fogo) é que as pessoas não queimem. E elas não estão conscientes ainda o suficiente para entender que combater o fogo é evitar o fogo.”

De acordo com a ministra, o governo adiantou medidas que seriam implementadas em agosto e afirmou que desde o começo de maio se encontra em “pronta ação”. Ela destacou que o ministério declarou estado de emergência em relação ao fogo em abril.

Ela divulgou que atualmente 175 brigadistas do Ibama, 53 do ICMBio, 53 combatentes da Marinha e mais 250 profissionais estão em atividade. Marina também mencionou que haverá um aumento de 50 brigadistas do Ibama e 60 da Força Nacional.

A titular da pasta do Meio Ambiente também afirmou que o Ministério da Justiça e Segurança Pública participa das ações com um trabalho de inteligência “para que todos os criminosos que estão provocando incêndios possam ser devidamente investigados e punidos”.

“Todos aqueles que fizerem o uso do fogo para a renovação de pastagens ou para a atividade qualquer que seja ela estará cometendo um delito”, afirmou, ressaltando que a principal causa dos incêndios é a prática de renovação de pastagens e a queima controlada.

“Neste momento, é fundamental parar de usar fogo para qualquer coisa. E, nesse período, não tem incêndio por raio. O que está acontecendo é incêndio por ação humana”, disse.

Devido à seca, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul proibiram o “manejo controlado de fogo” até o término do ano.

Marina Silva juntamente com outros ministros visitam Corumbá (MS) para declarar ações de contenção de incêndios no Pantanal

Na próxima sexta-feira, dia 28, a visita de Marina Silva e de outros ministros ao município de Corumbá (MS) está prevista, com o objetivo de analisar os impactos causados pelos incêndios.

Simone Tebet, ministra que ocupou anteriormente os cargos de vice-governadora e deputada estadual de Mato Grosso do Sul, declarou que tem planos de visitar Corumbá (MS) na sexta-feira 28. Ela expressou sua intenção de avaliar a liberação de “créditos extraordinários” para enfrentar os incêndios.

Segundo ela, o governo já entrou em contato com o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), para agendar um encontro. “Vamos dar atenção aos dois Estados igualmente, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Mas como maior foco de incêndio neste momento é em Mato Grosso do Sul, mais de 50% no município de Corumbá, na sexta-feira, nós três estaremos e talvez mais alguns ministros estaremos descendo em Corumbá”, disse a ministra, referindo-se a Marina e Waldez Góes.

Em relação aos créditos extraordinários, Tebet disse que “não vai faltar recursos e orçamentos” para resolver o problema. “O orçamento vai ser necessário para levar brigadistas, combatentes, aeronaves, água, e tudo mais”, afirmou. “Mas não é a questão orçamentária o problema. O problema é o convencimento dos proprietários rurais, das pessoas que ali estão, de que não é possível mais colocar fogo no Pantanal até o final do ano.”

O Ministro Waldez Góes afirmou que o governo está adotando uma série de providências para a Amazônia, considerando a estiagem que vai acontecer e que será prolongada”. Ele destacou que mais de 90% “do que está queimando no Pantanal” se refere a queimadas, apesar da proibição governamental de qualquer atividade desse tipo em 2024. As informações são da Revista Oeste.

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