Na OMS, Brasil votou contra texto que pedia a libertação de reféns do Hamas

A mudança no texto, incluindo os pedidos do governo israelense, foi aprovada por 50 votos favoráveis contra 44 contra a alteração

O voto do Brasil foi contrário à modificação de um documento na Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa alteração solicitava a inclusão dos reféns retidos pelo Hamas em uma medida que censurava as atitudes de Israel em Gaza.

O texto original, que foi escrito pela Argélia e recebeu apoio de países árabes, Rússia, Colômbia, Cuba, Venezuela, Irã, Nicarágua e China, expunha a situação do sistema de saúde em territórios palestinos, além de destacar a destruição de hospitais, a fome entre civis e outros problemas.

No entanto, a delegação de Israel conseguiu, na última quinta-feira, 30, introduzir uma alteração à resolução que exigia a libertação incondicional dos reféns sequestrados pelos terroristas do Hamas.

A alteração no texto, que incorporou as solicitações do governo israelense, passou por uma votação de 50 votos a favor e 44 contra – incluindo o Brasil. Após a modificação, o texto original foi removido da votação pelo conjunto de países que propôs a resolução.

A decisão inicial não mencionava as atividades do Hamas ou os eventos que resultaram na situação atual na Faixa de Gaza.

A proposta de mudança feita pela delegação de Israel condenou o emprego de estruturas de saúde pelo Hamas, tais como ambulâncias e hospitais, para atividades terroristas, expondo a população civil a perigos.

A alteração foi apoiada por cinquenta países e foi instantaneamente incorporada ao texto final. Os palestinos, ao lado de seus apoiadores, incluindo o Brasil, se recusaram a votar a favor da resolução que solicitava a libertação dos reféns.

O embaixador de Israel na ONU, Meirav Eilon Shahar, ainda fez um apelo para que todos os países e a OMS condenassem os ataques terroristas do Hamas:

“Qualquer decisão que não exija a libertação imediata dos reféns e condene a exploração das instalações de saúde pelo Hamas equivale a um fracasso moral da organização. Agradeço aos 50 países que optaram por não ignorar o destino dos 125 reféns deixados nas mãos da organização terrorista Hamas em Gaza.”